Era uma vez, uma casa de uma grande amiga.
Desse tipo de projeto que a gente faz como se fosse pra gente. Na verdade a gente sabe tanto que vai estar presente no cotidiano da casa, que a gente faz mesmo como quem cozinha pensando em comer um pedaço.
Foi uma ocasião de confiança plena da amiga-cliente.
Daquele tipo de episódio de plenitude de ser arquiteto.
Teve o redesenho do projeto a fim de não retirar uma única árvore do terreno. Teve uma casa de frente voltada para o por do sol que nos orientou a criar esse grande boné, que protege a varanda. Teve a lembrança do Roteiro para Construir no Nordeste, de Armando de Holanda.
Teve à obra que foi tocada por nós. Teve aprendizados, problemas e soluções.
Teve aula na casa. Teve as primeiras plantas se adaptando no lugar. Só falta mesmo terminar o Jardim.
A Casa do Pôr do sol é o lugar de reunião, é o lugar de refúgio, é o lugar dos amigos.
É uma casa feminina, forte e delicada, escancarada e secreta.
É uma casa pra se conversar de politica, pra se sonhar com comunismo e escutar os LPs de Chico.